A doença pode se manifestar de forma diferente e em distintos níveis de gravidade em cada caso, sendo assim necessária uma avaliação médica individualizada
Se as idas ao banheiro para fazer o chamado “número 2” são momentos de calma para alguns, esta não é a realidade de muitos pacientes com quadro de hemorroida. A doença hemorroidária (nome comumente adotado pela comunidade médica para se referir à condição) caracteriza-se pelo inchaço e dilatação das veias ao redor do ânus ou do reto e é motivo de dores e sangramentos no momento da evacuação, além de outros sintomas como coceira e inchaço. Em seu estado mais grave, pode levar à tromboflebite – o processo inflamatório que acomete veias em razão de um coágulo sanguíneo.
A boa notícia é que a lesão é benigna e costuma responder bem às medidas aplicáveis a cada caso. Sendo assim, este artigo apresenta um guia abrangente sobre o tratamento e as formas de prevenção. Para conferir todas as informações, é só ler até o fim.
Há tanto a hemorroida externa, que se desenvolve na borda do ânus e assume a forma de pelotas de sangue ou varizes, como a interna, sendo que esta segunda é observada na parte inicial do reto, no interior do ânus. Os sintomas são variáveis conforme a localização do problema e podem ser decisivos para a escolha do tratamento dentre as opções terapêuticas disponíveis, sobre as quais o leitor pode saber mais abaixo.
Tratamento
Uma das indicações médicas mais frequentes é a aplicação diária de pomadas anti-inflamatórias, que agem no alívio das dores e na redução do tamanho da hemorroida. Medicamentos com ação analgésica e anti-inflamatória também são prescritos, bem como plantas medicinais – como arnica e camomila – que podem ser utilizadas no banho.
Além de seguir as orientações médicas sobre o uso da medicação, o paciente é solicitado a rever e alterar seus hábitos de vida, trazendo as fibras para sua alimentação rotineira, hidratando-se com frequência e praticando exercícios físicos regulares. O grau 1 da hemorroida costuma ser resolvido bastando o tratamento clínico, mas há a indicação cirúrgica em alguns casos, como será visto no tópico a seguir.
Quando a cirurgia é necessária?
A opção pela cirurgia se dá em quadros de maior gravidade, com rompimento ou trombose, de modo a garantir o alívio efetivo das dores. Há diversos tipos de procedimentos, embora a hemorroidectomia (retirada das hemorroidas) seja a mais comum.
Uma dúvida recorrente é se há a volta do problema mesmo após a cirurgia. Com a retirada cirúrgica, aquele mesma hemorroida não retorna. No entanto, isso não retira a possibilidade do surgimento de outras hemorroidas de outros plexos venosos que não passaram pela cirurgia.
Como visto até aqui, há diferenças entre os casos de hemorroida. Daí a importância de uma avaliação médica individualizada para um diagnóstico efetivo e o tratamento ideal. Caso perceba os sintomas, procure um especialista de confiança. É o melhor a se fazer!
Dra. Beatriz Piantoni Gonçalves
Gastroenterologista
CRM 28999/PR