Muitas pessoas têm medo de fazer exames endoscópicos, como a endoscopia digestiva alta, a retossigmoidoscopia flexível ou a colonoscopia, principalmente pela desinformação.
A colonoscopia é o exame endoscópico mais “temido”, seja pela via de acesso do aparelho, pela dificuldade em se realizar o preparo intestinal ou o medo da dor que pode acompanhar o exame. Esse temor pode levar pacientes portadores de doenças potencialmente perigosas, que poderiam ser tratadas de forma precoce, a postergar a procura de um médico, ou mesmo deixar de fazer exames quando esses são indicados.
Alguns acreditam ainda, de forma equivocada, que existem outros exames que possam substituir a colonoscopia, sem prejuízo no diagnóstico e tratamento de variadas lesões e patologias.
O medo e as idéias equivocadas podem vir de traumas com exames prévios, falta de explicação durante a consulta ou a marcação dos exames, ou de experiências desagradáveis de conhecidos, que aumentam o temor do paciente ao relatar dor ou maus-tratos, sofridos durante o exame.
É importante saber, que apesar de todos os avanços nas técnicas diagnósticas e terapêuticas, os exames endoscópicos ainda são insubstituíveis, considerando seu caráter diagnostico e terapêutico, não sendo diferente com a colonoscopia.
A colonoscopia, quando bem indicada, é um exame extremamente útil, e altera, muitas vezes, as condutas e a sobrevida dos pacientes.
Nos pacientes acima de 50 anos de idade, já foram evidenciados inúmeros benefícios relacionados à colonoscopia, principalmente no rastreio de tumores colorretais precoces, e lesões precursoras tumorais.
Para se ter uma idéia, quando se realiza o exame de sangue oculto nas fezes, não é possível diagnosticar, mais que 1/3 de lesões polipoides, considerando que os outros 2/3 não sangram. Já no exame de colonoscopia, mesmo naqueles pacientes assintomáticos ou que estão sendo submetidos ao exame por outras causas, são encontrados pólipos em 25 % dos pacientes.
Desde que sejam seguidas as orientações quanto ao preparo e o exame seja bem feito, o exame tem risco muito baixo de complicações, em trono de 0,05 a 0,2 por cento, em grandes revisões, geralmente relacionados a procedimentos realizados durante o exame, sendo a maior parte das complicações de fácil resolução. A mortalidade relacionada ao exame é muito baixa.
Naqueles pacientes de idade avançada, ou com grande número de complicações, sempre existe a possibilidade do preparo e do exame serem feitos em ambiente hospitalar, ou sob supervisão de um anestesiologista, além do endoscopista, para melhor monitorização e conforto do paciente.
Outro ponto importante é que deve-se optar por serviços adequados e bem equipados para se submeter ao exame, com profissionais capacitados, o que minimiza ainda mais o risco de complicações.
Os exames endoscópicos são seguros, e não há razão para ter medo de se submeter à colonoscopia, uma vez que indicada corretamente, em serviço de confiança.