O Helicobacter pylori é a bactéria mais prevalente em infecções crônicas em seres humanos, acometendo em torno de 50% da população mundial. Nos países em desenvolvimento chega a acometer 80% da população. Mais comumente está associada à higiene inadequada e a infecção ocorre geralmente na infância, aumentando a incidência com a idade. A infecção parece declinar com a melhora econômica do país, caindo para menos de 30%, recentemente, no Japão, por exemplo.
Agora, qual a importância dessa bactéria? Ela está envolvida em várias doenças gastrointestinais, entre as quais úlceras gástricas e duodenais, e tumores do estômago, como linfomas e adenocarcinomas.
A bactéria infecta o estômago e o duodeno (primeira parte do intestino delgado), e causa lesão da mucosa gástrica ou duodenal, a gastrite ou a duodenite. O paciente pode ter sintomas relacionados a esses quadros inflamatórios ou permanecer assintomático. À medida que a infecção persiste, podem aparecer outras alterações, não necessariamente em sequencia, como ulceras gástricas, atrofia da mucosa gástrica, úlceras duodenais ou tumores gástricos.
Os sintomas relacionados a essa infecção são variados, podendo o paciente sentir dores abdominais, queimação, empachamento, dificuldades em se alimentar, e por vezes até perda de peso.
Devido essa associação importante entre doenças gástricas e duodenais com a infecção pelo H. pylori, recomenda-se o tratamento quando do diagnóstico da infecção por essa bactéria.
A modalidade diagnóstica mais usada no Brasil para esse fim é a endoscopia digestiva alta, podendo ser feita de duas formas, durante o exame: com o teste da uréase, quando se colhe de 1 a 5 fragmentos da mucosa do estômago, que são colocados num frasco com solução própria para esse teste, que normalmente é amarela, e fica rosada na presença do H. pylori; ou, com biópsias da mucosa, que são então enviadas ao patologista para analise.
Seu tratamento consiste, comumente, em antibioticoterapia com dois antibióticos e um bloqueador de bomba, por pelo menos uma semana.
Normalmente, a endoscopia digestiva pode ser repetida após o tratamento, pelo menos 12 semanas após o termino dos antibióticos, para novo teste da uréase ou biópsias, para confirmação da erradicação do H. pylori.
É importante sempre procurar um médico, em caso de duvidas, tanto para diagnósticos quanto para correto tratamento.